quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Brasileiro toca com ciganos, DJs e Jimmy Cliff em 'viagem musical' Produtor rodou o mundo em busca de experiências ligadas à música. Jornada por países como Turquia, Romênia e México virou programa de TV.

Com uma passagem aérea de volta ao mundo, o produtor musical Guto Guerra, 31, viajou para sete países durante dois meses. Mas suas principais experiências de viagem não foram visitas aos pontos turísticos tradicionais. Da escolha dos destinos aos passeios em cada um deles, o roteiro foi todo montado em torno de um tema: a música. Nos 65 dias que durou a jornada, Guto tocou com 70 artistas: acompanhou com seu cavaquinho o som de cantores ciganos na Romênia, aprendeu a tocar um instrumento típico de aborígenes na Austrália, assistiu ao show de um coral gospel na África do Sul, compôs uma música com um famoso cantor da Turquia e tocou as canções de Jimmy Cliff em ritmo de samba -- ao lado do próprio artista, em seu estúdio na Jamaica. A viagem passou ainda pelo México e por Porto Rico. “Privilegiei países com uma grande riqueza cultural. Queria fazer um intercâmbio pelo caminho da música, saber como eles recebem a música brasileira e como a música deles é recebida no Brasil”, conta Guto. Sua experiência foi transformada no programa televisivo “Música na Mochila”, que vai estrear nesta quarta-feira (6), às 19h, no canal a cabo Bis. Guto, que é multi-instrumentista, levou na bagagem uma bateria eletrônica e um cavaquinho – que, para os estrangeiros, é um símbolo da música do Brasil. Durante a viagem ele tocou dezenas de outros instrumentos e voltou com alguns na mala: entre eles, o “bendir”, uma espécie de tambor turco, o “digeridoo”, um tubo de madeira de 1,80 metro usado pelos aborígenes na Austrália, e o “baby bajo”, um baixo acústico especial para tocar salsa, trazido de Porto Rico. Famosos e anônimos Alguns dos artistas que Guto conheceu são famosos em seus países de origem ou mesmo fora deles: alguns exemplos são o turco Mustafá Ceceli, o DJ Chistian Luke, na Austrália, a banda Freshlyground, que cantou a música oficial da Copa do Mundo da África do Sul, Tego Calderon, famoso cantor de reggaeton de Porto Rico, e a banda de rock mexicana Los de Abajo. Outros eram músicos de rua que ele encontrou pelo caminho. “Teve de tudo. Fui a escolas de música, universidades, boates, bares ‘underground', estúdios, show em palco gigante ou na pracinha”, conta. Jimmy Cliff, com quem Guto tocou em Kingston, foi um dos artistas mais receptivos. “Foi o maior barato. Acabamos fazendo uma ‘jam session’ com sucessos dele em samba. Ele tem uma ligação muito forte com o Brasil, ficou falando sobre o show dele no Maracanã em 1968”, conta o produtor. Na Jamaica, ele também conheceu o estúdio onde Bob Marley gravou seus grandes clássicos.

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